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Síndrome do impostor no trabalho: como não deixar que ela afete o desempenho dos seus colaboradores

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6 minutos de leitura
síndrome do impostor

Duvidar da própria capacidade ou se comparar constantemente com outras pessoas pode estar associado com a síndrome do impostor. Desordem psicológica que afeta profissionais de ambos os sexos em diversas áreas de atuação. 

O papel da liderança e do RH, nessas situações, é oferecer auxílio aos colaboradores que enfrentam a síndrome. Afinal, muitos talentos únicos se autossabotam, o que afeta seu desempenho.

Neste conteúdo, abordamos os principais aspectos sobre a síndrome do impostor no ambiente de trabalho, como os fatores que contribuem para o seu surgimento, os efeitos negativos que ela pode causar na vida profissional e pessoal dos colaboradores e as estratégias eficazes para superá-la.

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O que é síndrome do impostor?

A síndrome do impostor é uma condição psicológica que afeta pessoas em vários níveis profissionais e pessoais. Elas costumam não aceitar que os resultados bons do seu desempenho são frutos do conhecimento adquirido e do seu esforço. 

De acordo com uma pesquisa publicada no Isso Tem Nome, 70% das pessoas enfrentam a síndrome em algum momento de suas vidas. Apesar da amplitude e de todos os estudos desenvolvidos, ela não possui classificação no CID (Código Internacional de Doenças).

Quando a síndrome ocorre no ambiente de trabalho, ela está geralmente associada com a possibilidade de promoções ou mudança de funções, principalmente em relação a cargos de liderança e gestão que envolvem maior visibilidade e responsabilidade. O indivíduo que passa por esse processo não consegue se sentir capaz para executar as novas tarefas.

Ainda que a síndrome do impostor afete qualquer ser humano independente da idade, as mulheres acabam sendo as mais afetadas. Segundo artigo publicado pela Forbes, em 2022, 75% delas se sentiam impostoras ocupando cargos executivos como de líderes e empreendedoras.

Pensando nesses dados que foram apresentados, é importante que você, como líder, encontre estratégias para que os colaboradores não sejam tomados pelo sentimento de descrença em si. Em casos mais graves, a falta de apoio pode fazer com que evolua para outros transtornos, como depressão, ansiedade e síndrome de burnout.

Como tratar a síndrome do impostor?

A ajuda de profissionais como psicólogos e terapeutas é um bom caminho para iniciar o tratamento contra a síndrome do impostor. Isso porque ao enfrentar esse problema, a pessoa irá passar por uma jornada de autoconhecimento

Conhecer a si mesmo muitas vezes pode ser uma tarefa difícil, mas necessária para seu crescimento. É preciso saber lidar com as emoções e aceitar a existência de suas competências e habilidades profissionais. Ter um mentor ou alguém com experiência disponível para opiniões e conselhos também é uma ótima alternativa.

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Quais sintomas evidenciam essa condição?

O ser humano deixa uma série de sinais, mesmo que involuntariamente, quando algo não está correto. A insegurança se manifesta por meio de rejeição a situações que envolvem gerir ou liderar, receber elogios e procrastinar. 

Em uma empresa, tanto o gestor quanto o RH precisam ficar de olho caso reconheçam o comportamento dos colaboradores. Para ajudar, separamos alguns indícios de que a pessoa pode estar sofrendo com síndrome do impostor, dê uma olhada!

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Autodepreciação

A autocobrança excessiva e a intolerância com as próprias falhas levam o indivíduo à autodepreciação. Por mais que tudo indique sua competência, ele não se reconhece como merecedor de qualquer sucesso. Suas qualidades são ignoradas por estar amargurado com as próprias ações.

Esforço exagerado

Produtividade e esforço exagerado não se relacionam quando há interferência na saúde e bem-estar das pessoas. Quando alguém se torna obsessivo quanto a alcançar resultados sem pausas para respirar, é bom ficar de olho. Trabalhar demais pode desencadear em quadros de estresse, ansiedade e fadiga. 

Procrastinação

O medo de ser criticado faz com que a pessoa adie a execução de suas tarefas e compromissos o máximo de tempo possível. Além de não se sentir capaz, ela receia ser avaliada de forma negativa, que seus resultados sejam insatisfatórios.

Autossabotagem

Quem sofre com a síndrome do impostor não acredita que o sucesso possa ser alcançado, o fracasso é uma situação inevitável. Somando esse sentimento com a ansiedade, o colaborador passa a sabotar suas conquistas. É como se houvesse um mecanismo de defesa que o impedisse de desempenhar suas funções com maestria. 

Necessidade de agradar

A tentativa de causar uma boa impressão para todos é mais um sinal de que algo não está certo. Essa necessidade de agradar está associada com a suspeita constante de que vão descobrir sobre ser uma fraude. Ou ainda, que seu gestor vai substituí-lo por outro colaborador com mais proficiência no trabalho a ser desempenhado.

Medo de exposição

Pessoas com a síndrome do impostor não gostam de ser vistas, pois isso possibilita que sejam avaliadas e criticadas. Logo, cargos que requerem a atenção de outros, como liderança, não são almejados. 

Ingratidão

Uma pessoa com síndrome do impostor não consegue aceitar que os demais encontrem características boas nela. Assim, sempre que recebe elogios ou é parabenizado por algo que trata de contrapor, negar que seja uma conquista sua. Essas atitudes impedem que consiga apreciar o reconhecimento profissional quando este surge.

Autocrítica excessiva

Fazer autocríticas é algo ótimo para o crescimento de qualquer profissional, contudo o excesso de atitude é mais prejudicial do positivo. Para quem convive com a síndrome do impostor, suas autoavaliações deixam de ser condizentes com a realidade. É impossível, para a pessoa, aprender com os próprios erros nessas situações, tudo vira julgamento.

Comparação constante

Ah, mas Fulano faz isso muito melhor que eu.” Esse pode ser considerado o ponto alto de estar com a síndrome. A comparação constante com outras pessoas acaba ofuscando as próprias conquistas e resultados. Para entender vamos exemplificar:

  • Colaborador A e colaborador B desempenham as mesmas funções no departamento que atuam;
  • Ambos possuem excelentes resultados e estão sendo sempre elogiados pelos líderes e gestores;
  • O colaborador B não consegue enxergar em si a eficiência que falam, acredita que o colaborador A é muito melhor que ele, pois só consegue perceber as características daquela pessoa.

síndrome do impostor no trabalho

Impactos negativos da síndrome do impostor na vida profissional

Pessoas com a síndrome do impostor acabam perdendo muitas oportunidades ao longo de suas vidas. Os prejuízos impactam tanto a vida pessoal quanto a profissional, pois o medo impede seu crescimento. 

Além disso, quando é desencadeado no ambiente de trabalho tem chances de comprometer a produtividade, gerando insatisfação com certa frequência. A sobrecarga que surge a partir do esforço exagerado e da constante comparação com os demais também pode levar ao esgotamento mental.

Como tratar a síndrome do impostor?

A ajuda de profissionais como psicólogos e terapeutas é um bom caminho para iniciar o tratamento contra a síndrome do impostor. Isso porque ao enfrentar esse problema, a pessoa irá passar por uma jornada de autoconhecimento

O colaborador que estiver passando por essa situação precisará se conhecer melhor, o que pode ser uma tarefa difícil. É preciso saber lidar com as emoções e aceitar a existência de suas competências e habilidades profissionais. A empresa pode desenvolver algumas medidas como disponibilizar mentores com experiência para troca de opiniões e conselhos. 

Que medidas podem ser tomadas pela liderança?

Não existe uma receita pronta com orientações infalíveis para os gestores apresentarem aos seus colaboradores e sim medidas para serem adotadas. O que pode ser feito por meio de incentivos, conscientização e ações de engajamento sobre cuidados com a saúde mental. 

Para começar é bom estar atento para possíveis sinais e oferecer recursos para melhorar a qualidade de vida do colaborador. Além disso, você pode evitar situações em que há comparação entre as pessoas e oferecer feedbacks coletivos e individuais sempre que necessário.

Entre as iniciativas que a liderança e o RH podem desenvolver estão:

  • Programas de reconhecimento para os colaboradores individualmente e em equipe;
  • Acompanhamento psicológico para todas as pessoas que trabalham na empresa;
  • Igualdade nos salários ofertados para homens e mulheres, visto que elas tendem a sofrer mais com a síndrome e a culpa pode estar justamente nessas injustiças do mercado de trabalho.

A gestão de pessoas em uma empresa pode trazer inúmeros desafios para os gestores. No entanto, com o auxílio do setor de Recursos Humanos é possível traçar estratégias eficientes para criar um ambiente de trabalho feliz.

📚 Leia também: Entrevista sobre a felicidade corporativa 📚

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Renata Chies é jornalista e comunicadora social. Nos seus 10 anos de experiência na área da Comunicação, já trabalhou como repórter de rádio, televisão e online, produtora, editora, redatora, social media e assessora de imprensa. Na Factorial, produz conteúdos atualizados sobre o universo dos Recursos Humanos.

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