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Mulheres no topo: como promover a gestão feminina nas organizações?

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9 minutos de leitura
gestao feminina entrevista

Nós da Factorial acreditamos que a mudança acontece no dia a dia. Por isso, reunimos conteúdos incríveis de mulheres de sucesso que ajudam a mudar a realidade todos os dias! Leia a entrevista exclusiva com Tânia Chaves sobre gestão feminina e confira workshops e eventos que trazem dicas práticas e metodologias inovadoras de cinco mulheres que fazem a diferença no mundo corporativo.

Buscar a representatividade e a igualdade no ambiente de trabalho é uma de nossas missões, e neste mês da mulher não poderia ser diferente. Uma realidade ainda preocupante são os dados mais recentes referentes às diferenças salariais entre gênero e raça, por exemplo. Neste contexto, os gestores de Recursos Humanos e a liderança têm um papel chave na promoção da gestão feminina.

Buscamos, com esta estrevista e com nossos eventos, trazer dicas, ideias e insights para que a liderança e o RH saibam exatamente como atuar para promover um ambiente mais igualitário. Ao mesmo tempo, queremos encorajar e orientar as mulheres que ainda se sentem desvalorizadas no mercado de trabalho para que entendam como podem lutar por mudanças e construir uma nova realidade.

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Entrevista exclusiva: Gestão feminina, diversidade e inclusão nas empresas, com Tânia Chaves

O objetivo desta entrevista é trazer uma visão prática de como a gestão feminina pode realmente transformar o mercado de trabalho, além de incentivar mais mulheres a chegarem ao topo, assim como a nossa entrevistada.

Tânia Chaves é especialista em Diversidade e Inclusão, LinkedIn Creator, Redatora, Consultora, Palestrante e uma das embaixadoras de RH da Factorial. Filha de um pedreiro e uma dona de casa, Tânia viu na educação uma maneira de mudar a sua realidade, sendo a primeira da família a ter um curso superior. Ao contar as suas histórias nas colunas “Casos de Quinta”, “Papo Reto”e “Papo de Preto”, Tânia vem alcançando milhares de pessoas e transformando a forma como cada uma delas vê as questões de igualdade e diversidade no mercado de trabalho.

Leia a entrevista completa a seguir!

1. Você pode nos contar um pouco sobre sua trajetória profissional? Como chegou aonde está hoje?

Trabalho de forma informal desde os 7 anos de idade, quando fui babá, faxineira e doméstica. Aos 16 anos consegui meu primeiro emprego formal em uma agência de publicidade, como secretária.

A dona da agência me chamou na sala dela e me perguntou qual curso superior eu gostaria de fazer. Respondi que não faria faculdade por dois motivos: primeiro porque vim de escola pública e não conseguiria passar no concorrido vestibular. E segundo, porque eu não teria a menor condição de passar nem de custear as mensalidades em uma universidade particular.

Porém, a dona da agência fechou uma permuta com o melhor cursinho preparatório para o vestibular da minha cidade. E me deu uma bolsa de 100%. Seis meses depois eu fui aprovada em uma faculdade particular. Foi um sacrifício enorme para me formar, mas consegui.

Por fim, continuei na área da Comunicação, em que me formei,r duante praticamente 30 anos. Só em 2020 eu fiz minha primeira transição de carreira e fui para a área de diversidade, equidade e inclusão. Feito que alinhou perfeitamente minha realização profissional com o meu propósito de vida.

2. O que te motivou a trabalhar com diversidade e inclusão no mercado de trabalho? Quais as pautas mais urgentes na sua opinião?

O que me motivou foi a possibilidade de ver meu propósito de vida acontecer na minha atividade profissional. Sempre sonhei com ambientes corporativos mais equânimes e possíveis para todas, todos e todes.

Na minha opinião, a pauta racial é a mais urgente. Já que ela pode ser extremamente abrangente se tivermos um olhar voltado para as interseccionalidades. Afinal, debaixo de uma pele preta podemos encontrar todas as outras diversidades.

3. O lugar da mulher no mercado de trabalho tem mudado? Você acha que com discussões mais abertas sobre o assunto, ficou mais fácil para as mulheres chegarem a cargos de liderança?

Quebramos tabus quando trazemos luz para eles. Hoje em dia, temos falado muito dos assuntos relacionados às questões de gênero. Portanto, estamos pavimentando caminho para vermos maior representatividade feminina no ambiente corporativo. Mas ainda há muito a ser feito.

O relatório anual sobre a disparidade de gênero feito pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) mostrou essa realidade. Identificou que a paridade entre os gêneros vai demorar uma geração a mais para acontecer. Ao longo de 2020, a pandemia acrescentou 36 anos ao tempo necessário para reduzir a disparidade entre homens e mulheres. O qual passou de 99,5 para 135,6 anos.

Portanto, acredito que tenha ficado mais fácil, se pensarmos que estamos trazendo esse assunto para a pauta do dia. Contudo, o acesso real das mulheres aos cargos de liderança ainda é desafiador do ponto de vista prático.

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4. A importância da gestão feminina no trabalho é um tópico que tem sido cada vez mais discutido, mas como você acha que podemos avançar, na prática, na questão da igualdade de gênero no ambiente laboral? O que ainda falta?

É preciso ter o desejo efetivo de atrair mulheres para as vagas. De forma a romper todos os vieses inconscientes que possam ser excludentes para elas. Podemos avançar, ainda, disseminando a cultura da inclusão de mulheres nas empresas.

Outro ponto imprescindível é estabelecer combinados, oferecer treinamentos, e planos de carreira igualitários. Explicitar para os colaboradores e gestores quais comportamentos são tolerados e quais não são. E entender em quais posições estão as mulheres dentro da pirâmide organizacional.

Por último, é fundamental que estejamos embasados em dados a fim de aferir avanços e retrocessos. E usar esses números com a inteligência estratégica necessária. Se eu posso me arriscar a dizer o que falta para tudo isso acontecer, ouso responder que falta vontade genuína de fazer as tão urgentes e necessárias mudanças.

5. Qual o papel da liderança na aplicação de mudanças efetivas na inclusão e igualdade de gênero nas empresas? Como treinar estes líderes para que atuem de forma realmente transformadora?

A liderança é decisiva para o sucesso dessas mudanças. Ela exerce o papel de agente e embaixadora da cultura de igualdade de gênero. É ela quem dá a palavra final nos processos seletivos. E também, é quem vai contribuir para que seu time adira à ideia e promova um ambiente realmente inclusivo para as mulheres.

Os treinamentos devem ter dois eixos básicos: o letramento e a sensibilização. No letramento, devem ser ministrados estudos sobre temas que abordem a realidade enfrentada pelas mulheres. Enquanto a sensibilização é mais testemunhal, abstrata e promove as importantes “furadas de bolhas” e “choques de realidade”.

6. Como o RH pode atuar para criar uma cultura de diversidade e igualdade nas empresas?

Geralmente a área de diversidade, equidade e inclusão fica no setor de RH. O que faz todo o sentido, já que as duas áreas são totalmente afins. Dessa forma, o trabalho de D&I está embasado em pilares que estão em sintonia com os Recursos Humanos.

Esses pilares são:

  • Comunicação interna
  • Rcrutamento e seleção
  • Business partners
  • Treinamento e desenvolvimento humano
  • People Analytics

A área de Diversidade, Equidade e Inclusão vai atuar como uma grande gerenciadora de projetos. De modo a trazer todos esses setores para perto, a fim de discutir e implementar ações relacionadas à diversidade, equidade e inclusão.

7. Você tem alguma dica para mulheres que ainda se sentem desvalorizadas no ambiente de trabalho? Como agir quando ainda existe o medo da demissão ou de julgamento pelos colegas de trabalho?

O conhecimento é sempre uma boa chave para mudar essa realidade. Portanto recomendo que elas estudem muito, estejam preparadas. Assim, caso elas venham a ser questionadas, terão argumentos sólidos para trazer para o debate.

Outra sugestão é que as mulheres tenham discernimento para conseguir identificar situações que exigem ações imediatas. Como acionamento do canal de condutas (se existir na empresa) e aquelas que um letramento resolve.

Por último, acho que trabalhar com medo extremo é algo que nos paralisa, adoece e que faz com que a gente não entregue realmente o nosso melhor. Assim, recomendo que a mulher comece a olhar para o mercado, e ver outras opções, caso o ambiente esteja insustentável.

8. Na sua opinião, ter uma mulher em um cargo de gestão faz a diferença em uma empresa? Como você acha que isso realmente impacta o restante das equipes?

Ter uma mulher em um cargo de gestão é extremamente simbólico. As outras mulheres daquela empresa se sentirão representadas por ela. E assim, acreditarão que é possível chegar lá também. Os impactos de ver mulheres na liderança são inúmeros e há estudos que comprovam isso.

Um exemplo desse impacto foi comprovado no estudo Diversity Matters, da consultoria McKinsey. Em sua edição 2020, mostrou que organizações que possuem equipes executivas com equidade de gênero têm 14% mais chances de superar a performance dos concorrentes.

Enquanto houveram aquelas empresas em que os funcionários percebem maior equalização entre as oportunidades para mulheres e homens. Onde 93% têm maior probabilidade de obter um desempenho financeiro superior ao da concorrência. Então, só têm benefícios.

9. Como uma mulher de grande sucesso e que influencia tantas pessoas todos os dias, a gente quer saber: Quem é a sua grande inspiração? E na vida profissional, outras mulheres já te inspiraram antes? Se sim, como?

A primeira mulher que me influenciou foi a minha mãe, dona de casa, mãe de 10 filhos. Ela, como ninguém, entende de economia doméstica, solução de conflitos e liderança. Depois, fui muito influenciada pela Nana Lustosa, dona da agência que foi meu primeiro emprego. E quem me incentivou a ter uma formação superior.

No cenário internacional, a mulher negra que mais me inspira é a Viola Davis. Aqui no Brasil, sou influenciada por Monique Evelle e Luana Genót, com quem aprendo muito sobre questões raciais. Além das amigas que me desconstroem todos os dias, Luanna Avelar e Raiane Carolina.

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5 Workshops imperdíveis com mulheres de sucesso

A gestão feminina e o talento das mulheres no ambiente corporativo não para de crescer. Para incentivar o desenvolvimento de outras mulheres, destacamos a seguir cinco workshops e webinars realizados por profissionais de sucesso que atuam no Brasil e no mundo.

Os conteúdos são gratuitos, então basta solicitar o acesso e assistir aos cursos e eventos quando quiser!

1. RH Ágil: Como construir uma estratégia efetiva?

Neste Workshop, você vai conhecer tudo sobre a cultura ágil: valores, atitudes e comportamentos. Aprenda com Carla Krieger quais as práticas e ferramentas que os times de RH podem utilizar para impulsionar a transformação ágil.

workshop rh agil

2. Plano de Carreira para líderes

Na Masterclass sobre Plano de carreira e cultura organizacional, convidamos a especialista e mentora em carreiras Jessica Sandin para explicar:

  • Como desenvolver o próprio planejamento sendo líder
  • Como ser um agente facilitador do plano de carreira de seus colaboradores
  • Planejamento estratégico na gestão de talentos
  • De que forma podemos potencializar a cultura organizacional nas empresas

plano de carreira lideranca

3. OKR: Definição de objetivos para a Transformação organizacional

Neste Workshop 100% prático com Maria Castellani, você vai aprender, na prática:

  • O que são os OKRs
  • Como definir os OKRs certos e mais alinhados com a realidade da empresa
  • De que forma podemos usar o método OKR (Objectives & Key Results) para promover a transformação organizacional.
  • Ferramentas e estratégias para aplicar o conhecimento do workshop

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4. Do recrutamento ao desenvolvimento: Como garantir a igualdade de gênero?

Veja como criar estratégias efetivas de para garantir e promover a igualdade de gênero sua empresa. A partir da experiência de nossas convidadas, Esther Liska e Jhenyffer Coutinho, entenda como agir para promover esta mudança em diversos processos de RH.

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5. Talent Acquisition: Como recrutar online?

Aprenda com a especialista Daniele Avelino como criar processos de atração e seleção de talentos mais inclusivos e eficientes. Veja que ferramentas utilizar, como elaborar uma estratégia de recrutamento online e quais as melhores práticas do mercado.

talent acquisition workshop

Na prática: Artigos para mudar a realidade corporativa

O papel do RH é fundamental na hora de promover e garantir um ambiente de trabalho igualitário. Para isso, os profissionais dessa área devem estar atentos às práticas de mercado e à legislação trabalhista para saberem como agir para mudar a realidade das mulheres nas empresas.

A seguir, reunimos alguns artigos que podem ajudar o RH e a liderança a incentivar a gestão feminina nas organizações. 

  • Work life Balance: Entenda o que é Work life Balance e confira dicas práticas para garantir um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional das colaboradoras da sua empresa.
  • Licença maternidade: Veja tudo o que diz a lei sobre o direito das mulheres antes, durante e depois do período de licença maternidade no Brasil.
  • Liderança feminina: Confira cinco estratégias que as empresas podem adotar para incentivar a gestão feminina nas empresas e formar mais líderes de sucesso.
  • Equidade Salarial: Saiba qual é a realidade do Brasil, o que diz a lei sobre a equidade salarial e quais mudanças precisam ser feitas nos planos de carreira e na folha de pagamento para garantir a gestão feminina e a mudança deste cenário.
  • Plano de Carreira: Veja como elaborar planos de carreira mais inclusivos, igualitários e alinhados com a cultura da empresa. Acesse um modelo grátis para download e adapte para a nova realidade do seu negócio.

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Mariana P. é parte do time de Content Marketing da Factorial. Acredita que copywriting é mais do que contar histórias. É também diversificar conhecimento para que todos tenham acesso. Depois de viver em diferentes países e trabalhar com B2C e B2B, percebeu que o setor de Recursos Humanos é parte fundamental para a transformação e o crescimento das pessoas dentro de uma organização.

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