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Transição de carreira na área de tecnologia: entrevista com Ana Clara Paiva

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4 minutos de leitura
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A procura por especialistas em transição de carreira tem sido cada vez maior no mercado de trabalho. Veja nesta entrevista exclusiva com a especialista Ana Clara Paiva o que fazem estes profissionais, como atuam e conheça um projeto transformador que tem ajudado diversas mulheres a encontrarem a vaga ideal. 

É muito comum que, em determinado ponto da carreira, alguns profissionais sintam que precisam mudar. Os motivos são diversos, assim como as possibilidades. Neste processo de transição de carreira e recolocação profissional, muitas dúvidas costumam surgir.

Para ter sucesso nas novas escolhas, é preciso se preparar, se informar e, acima de tudo, ter um bom planejamento. É neste contexto que os especialistas em transição de carreira entram em ação. Através de mentorias e com a aplicação de métodos específicos para cada caso, estes profissionais buscam orientar e guiar pessoas que não sabem exatamente por onde começar.

Nesta entrevista, conversamos com Ana Clara Paiva, especialista em recolocação profissional da Se Candidate Mulher!, para entendermos quais sao os principais desafios e tendências neste processo.

Pós Graduada em Gestão Estratégica de Pessoas e tendo como principal causa a equidade de gênero e a empregabilidade feminina, Ana nos deu dicas valiosas para que gestores e profissionais da área de tecnologia possam tornar o mercado cada vez mais diverso e acessível. Confira a seguir a entrevista completa!

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1) O que te motivou a se tornar especialista em recolocação profissional? 

No princípio, meu único interesse era me recolocar. Por não ter condições financeiras de pagar mentorias, comecei a estudar e depois de conseguir meu primeiro sim, resolvi que iria usar meus conhecimentos para ajudar mais pessoas.

2) O projeto Se Candidate Mulher! tem como objetivo incluir mulheres no mercado de trabalho. Quando a ideia do projeto surgiu e como foi colocá-lo em prática?

O Se Candidate Mulher! nasceu junto com a pandemia, no momento em que muitas mulheres foram desligadas e que se viam sem chão e sem norte.  Colocar a ideia em prática, mais uma vez, veio da minha necessidade de ajudar as mulheres a atingirem os seus objetivos, assim como eu consegui atingir os meus.

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3) No Se Candidate Mulher, você passou por alguma experiência profissional marcante que você gostaria de compartilhar como exemplo de motivação?

Várias são as histórias marcantes. Mas uma história que me marca muito é de uma mulher que chegou até a nós, recém formada e perdida, já que durante a graduação imaginou querer carreira acadêmica, mas desistiu. Formada na pandemia, não sabia nem por onde começar.

Começamos desde o princípio, com o autoconhecimento e ela estava sempre presente nas mentorias. Dedicação deveria ser seu apelido. Bastante curiosa, cada dia, dava um passinho e corria atrás dos seus objetivos. Durante o ano de 2021, ela foi recolocada 3x e começou seu novo desafio profissional agora em 2022!

4) Com as novas demandas no mercado de trabalho, o número de mulheres buscando transição de carreira para a área de tecnologia cresceu consideravelmente. Por que você acha que isso ocorreu?

A área de tecnologia tem 3 características bem interessantes: Salários adequados, necessidade de talentos e possibilidade de carreiras remotas.

Essas características são muito importantes para as mulheres, uma vez que o comum é que elas acumulem papéis, como mãe, esposa e profissional, levando elas a se desafiarem na transição de carreira.

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5) Como mentora de transição de carreira, quais são as principais dicas para os gestores que também desejam auxiliar seus colaboradores nesse processo?

Acredito em 3 pontos principais, de ajuda e de atenção, quando se deseja realizar transições de carreiras internamente:

  • Saiba ouvir e valorizar as dúvidas: No primeiro momento da transição, normalmente, o medo do novo é bem presente. Por isso, valorizar as perguntas e saber ouvir e orientar as pessoas, contribui para desenvolver um forte senso de pertencimento e potencializar positivamente a cultura organizacional, reduzindo o turnover e o absenteísmo.
  • Seja exemplo e dê exemplos: O ser humano aprende com histórias. Então, apresentar cases, desafios, opções analisadas e resultados, pode contribuir muito com o amadurecimento da expertise profissional.
  • Ofereça feedbacks: Para o profissional, o feedback é ótimo saber como ele tem performado. Já para o gestor, é excelente para estarem todos alinhados sobre expectativas e o desempenho alcançado. Todos ganham!

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6) Pensando nos profissionais que desejam recrutar pessoas da área de tecnologia, quais são os pontos principais que não podem faltar?

Pensando em recrutamento, acredito que as pessoas recrutadoras devem valorizar a trajetória das pessoas e ter flexibilidade em relação a alguns requisitos técnicos, já que treinar habilidades é bem mais fácil do que treinar competências comportamentais.

7) Quais são os tipos de treinamentos mais indicados para quem deseja fazer a transição de carreira para área de tecnologia? 

Antes de pensar em treinamentos, é interessante avaliar as opções do mercado e quais áreas a pessoa mais se identifica. Depois de identificar a área, é a hora de buscar cursos e treinamentos.

Existem várias empresas que proporcionam ótimas formações, a baixo custo e até de forma gratuita. Formações de soft skills como comunicação, oratória, gestão do tempo e produtividade, são coringas: Todos devem fazer!

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8) Sobre o futuro da transição profissional para a área de tecnologia, como você vê esse panorama para os próximos anos?  

Acredito que as transições de carreira serão cada vez mais comuns e os métodos para realizá-las se tornarão cada vez melhores. Dados da Brasscom revelam que o setor de tecnologia deve contratar cerca de 420 mil profissionais até 2024.

Porém, o número se contrapõe à baixa quantidade de formação de mão de obra anual e desperta um alerta para o risco de um apagão de profissionais qualificados para ocupar os postos vagos. Ou seja, para que não aconteça o apagão, será necessário, cada dia mais, formar profissionais dentro das empresas.

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Bruna Carnevale é Content Manager da Factorial para os mercados do Brasil e Portugal. Com uma formação diversa em comunicação e línguas, se diz cada vez mais apaixonada pela área de RH e acredita que o acesso à informação de qualidade pode ajudar tornar a gestão de pessoas cada vez mais humanizada e eficiente.

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