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“Contrate caráter, treine habilidades”: o papel do headhunter atual

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4 minutos de leitura
headhunter entrevista

Implementar novas estratégias para recrutar e selecionar a melhor equipe para sua empresa é daquelas tarefas que sempre vão se transformar. Se antigamente o currículo e uma boa carta de recomendação bastavam, hoje já existem processos de seleção de pessoas que descartam a apresentação do CV. Assim como, as soft skills têm se tornado mais atrativas. Nesse sentido, o profissional de Headhunter foi vital.

O headhunter em tradução para o português, pode ser chamado como “Caçador de Talentos”. E suas habilidades tiveram que acompanhar as mudanças do mercado de trabalho. É o que nos conta Gabriela Novaes, headhunter e empresária com mais de 10 anos de experiência na área de recrutamento e seleção.

Na entrevista abaixo, ela ainda dá dicas para quem deseja aprimorar seu currículo, fala sobre LinkedIn e os aprendizados que colheu em sua trajetória. Confira!

Vamos começar pelo básico, mas que pode ser confuso para alguns profissionais de RH. O que é Headhunter? Ele é focado apenas para profissionais com anos de experiência?

Headhunter é o profissional contratado pelas empresas para a busca de candidatos em diversos níveis hierárquicos. Quem paga pelo serviço de um headhunter é a empresa. O candidato não paga para participar de um processo seletivo conduzido por um headhunter.

Neste momento de crise, como você tem visto a área de recrutamento e seleção?

Uma relação muito mais humana, com empatia e menos artifícios de inteligência artificial, onde a busca pelas soft skills (comportamento) tem sido muito mais discutida e avaliada. Temos visto muito mais a famosa frase: “contrate caráter , treine habilidades” fazer mais sentido dentro do cenário atual.

Em alguns dos seus posts, você fala sobre como o currículo é “apenas” um pedaço de papel.

Como você faz para enxergar e realmente conhecer esse candidato? Quais etapas ou comportamentos no lugar de RH acha fundamentais?

Um candidato vai além de um pedaço de papel, como gosto de falar. Hoje em dia tenho visto processos serem conduzidos até mesmo sem apresentação de um CV. Vemos habilidades de comunicação, desenvoltura e “brilho nos olhos” em vídeos de apresentação e vídeos currículo, uma tendência atual que irá cada vez mais ser cotidiana.

Caráter, ética, inteligência emocional e auto conhecimento são características fundamentais para um profissional de sucesso. Isso nós buscamos muito checando referências profissionais dos candidatos!

Falando sobre o LinkedIn. A plataforma teve um boom recente com mais acessos e buscas por oportunidades. Na sua opinião e experiência, quais são as vantagens e desvantagens da rede?

Eu acho o LinkedIn maravilhoso, inclusive por isso que o escolhi como uma das minhas ferramentas de trabalho e dou mentoria para “educar” as pessoas à usá-lo. Uma rede super ampla que precisa ser movimentada diariamente.

Já fiz muitos clientes, parcerias e contatos interessantes através da plataforma (estou nela desde 2011). É um trabalho de formiguinha, não se constrói uma reputação e uma marca da noite pro dia. Tem que ter uso constante e ser inteligente nas estratégias de postagem, curtida, posts, adicionando contatos e abordando as pessoas…não adianta apenas ter sua conta lá, você precisa movimentá-la.

LinkedIn não é banco de currículo, é rede social! Clichê, mas real: quem não é visto não é lembrado.

Atualmente, vemos jovens e profissionais da terceira idade em situações de dificuldade para encontrar espaço no mercado de trabalho. Há algo que ambos podem aprender um com o outro?

Adoro a diversidade, principalmente de faixa etária nas empresas! A maturidade dos “cabelos brancos” com a “cara de pau” dos jovens são uma combinação incrível e de muito sucesso!  Os mais velhos tem muito o que aprender com os mais novos também e vice versa.

Não adianta é ser arrogante e prepotente achando que você só tem que ensinar e não aprender, em ambas as idades. Problema que o mercado e na vida como um todo, tem muita gente que se acha auto suficiente, aí que mora o perigo. As empresas têm discutido mais abertamente essa questão de faixa etária e espero que a tendência seja cada vez menos preconceito nessa e outras situações.

Você é sócia fundadora de duas empresas, a S4U e a Lafuente Vinciprova. Nesses anos de experiência, como o recrutamento e o papel de headhunter têm evoluído e visto pelas pessoas?

Antigamente existia muito mais oferta de trabalho do que mão de obra capacitada para exercer a exigência daquelas funções, então eram vagas com salário maior e exigência alta também. Tivemos, aqui no RJ, um grande boom do mercado de óleo e gás, o que inflacionou muito o valor dos profissionais.
Atualmente é o contrário, existe muito mais gente disponível, com grande capacidade intelectual e de encarar desafios do que oportunidades para todos.

Então o profissional precisa ser multitarefa, pensar em planos B de fontes de renda e buscar cada vez mais ser o que chamamos de “mosca branca” , aquela pessoa diferenciada, destacada e que vai ser disputada pelas empresas. O papel do headhunter é esse: encontrar essas moscas brancas.

Em contrapartida, abri a LV, uma empresa que atende pessoas físicas como cliente, onde oriento e dou todas as coordenadas para esse profissional se destacar, seja buscando uma recolocação e/ou ascensão de carreira. Temos projetos também voltados para empreendedorismo e treinamentos de liderança.

Quais exigências estão mais em alta e que estão em falta no mercado? Em outras palavras, quais especializações você indicaria para a maior parte de candidatos?

Desde o ano passado a área de TI, área digital e de inovação tem demandado muito. Algumas vagas nessas áreas e, com isso, exigência cada vez mais altas pois é preciso filtrar qual profissional escolher, meio a tantos disponíveis.

Segmentos aquecidos também: startups, bancos digitais, e-commerce, varejo, área da saúde, por exemplo são algumas áreas que estão contratando, mesmo no momento de pandemia!

Eu indico sempre: faça seu curso superior, tenha força de vontade, cara de pau e fale inglês fluente! Você não vai de arrepender!

software rh factorial

Do lado da Factorial, nós agradecemos muito a Gabriela e lhe desejamos muito sucesso!

Administradora, empresária, Headhunter e finalizando seu curso de coaching de carreira, Gabriela possui aproximadamente 13 anos de experiência com recrutamento e seleção de executivos de diversos níveis hierárquicos para empresas de portes e nacionalidades diferentes! Experiência em multinacionais a fizeram empreender e abrir suas próprias consultorias de capital humano que atende pessoas físicas e jurídicas no Brasil todo!

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